Vou deixar texto aqui sobre umidade relativa e suas consequências no nosso meio ambiente, medidas e curiosidades. Deixo também o link para vocês verificarem as condições do tempo em estações meteorológicas da cidade de Criciúma.
🌡️ Ver dados da Estação Meteorológica MARISTA CRICIÚMA 🌡️ Ver dados da Estação Meteorológica UNESCTópicos sobre umidade
A umidade do ar é um dos elementos mais importantes da meteorologia. Mesmo invisível, ela está presente o tempo todo à nossa volta, influenciando desde o conforto térmico que sentimos até a formação de fenômenos como neblina, chuva, granizo, geada e até neve. Mas o que exatamente é essa umidade? De onde ela vem? E por que ela é tão relevante para entender o clima?
O que é a umidade do ar?
A umidade do ar é a quantidade de vapor de água presente na atmosfera. Esse vapor é a forma gasosa da água, invisível a olho nu, e está misturado ao ar que respiramos. Em média, o vapor de água representa cerca de 0,25% do volume total da atmosfera, embora isso varie bastante conforme a localização, temperatura e clima.
De onde vem a umidade?
A principal fonte de umidade na atmosfera é a evaporação dos oceanos, lagos, rios e da superfície do solo. Outro fator essencial é a evapotranspiração, ou seja, a água liberada pelas plantas através de seus poros. Até mesmo os animais, incluindo os seres humanos, liberam vapor de água ao respirar e suar.
Locais próximos ao mar ou com vegetação abundante costumam ter maior umidade. Já regiões áridas ou desérticas têm pouco vapor d’água disponível, resultando em um clima seco e maior variação térmica entre o dia e a noite.
Como medimos a umidade relativa do ar?
A umidade relativa é a razão entre a quantidade de vapor de água existente no ar e a quantidade máxima que ele poderia conter na mesma temperatura, expressa em porcentagem. Por exemplo, 50% de umidade relativa significa que o ar está com metade da capacidade total de reter vapor d’água naquele momento.
📜 Aspectos históricos
A imagem representa os diferentes tipos de equipamentos para medir a umidade relativa, tão importantes para nossa vida.

Desde os séculos passados, cientistas buscaram maneiras de medir a umidade. O higrômetro de fio de cabelo, inventado no século XVIII, foi um dos primeiros instrumentos utilizados. Ele se baseava no fato curioso de que um fio de cabelo humano se expande ou contrai conforme a umidade do ar. A variação no comprimento do cabelo era convertida em uma leitura de umidade relativa.
🌡️ Termômetro de bulbo seco e bulbo úmido
Outro método clássico envolve dois termômetros:
- O bulbo seco mede a temperatura normal do ar.
- O bulbo úmido tem o bulbo envolto em um pano molhado.
Como a evaporação do pano resfria o bulbo úmido, a diferença entre as duas temperaturas permite calcular a umidade relativa com o auxílio de uma tabela ou fórmula psicrométrica. Esse método ainda é usado em estações meteorológicas manuais.
🤖 Tecnologias modernas
Atualmente, a medição da umidade é feita com sensores eletrônicos em estações meteorológicas automáticas. Esses sensores utilizam materiais que mudam suas propriedades elétricas de acordo com a umidade, como os sensores de capacitância e resistivos. Eles são rápidos, precisos e podem transmitir dados em tempo real para satélites, aplicativos e sites de monitoramento climático.
Ponto de orvalho: o “limite da saturação”
O ponto de orvalho é a temperatura em que o ar se torna saturado, ou seja, atinge 100% de umidade relativa. Quando isso acontece, o vapor d’água começa a se condensar em gotículas de água líquida — formando o orvalho.
Esse fenômeno é comum em madrugadas frias, quando o ar esfria até atingir o ponto de orvalho, e o excesso de vapor de água se condensa sobre superfícies como carros, telhados e folhas.
Temperatura de bulbo úmido: sensação de abafamento
A temperatura de bulbo úmido indica o resfriamento máximo possível por evaporação da água. Ela é crítica para a saúde humana porque determina o quanto nosso corpo consegue se resfriar ao suar.
- Se a temperatura de bulbo úmido atinge 35 °C, a transpiração não é mais eficaz — e a sobrevivência ao calor extremo torna-se inviável, mesmo na sombra.
- Isso ajuda a explicar a sensação de abafamento nos dias muito úmidos: o suor “não seca”, e o corpo aquece rapidamente.
Como a umidade influencia o tempo
A umidade é um ingrediente essencial na formação de nuvens e precipitações. Quando o ar úmido sobe, ele esfria e o vapor se condensa, formando nuvens. Dependendo das condições atmosféricas, isso pode resultar em diferentes fenômenos:
🌧️ Chuva
Formada quando as gotículas de água nas nuvens crescem e se juntam até ficarem pesadas o suficiente para cair.
❄️ Neve
Se o ar está abaixo de 0 °C desde as nuvens até o solo, a precipitação ocorre na forma de cristais de gelo.
🧊 Granizo
Ocorre dentro de nuvens de tempestade com fortes correntes ascendentes. O granizo cresce por camadas até cair como pedras de gelo.
❄️ Geada
Formada pela sublimação do vapor d’água diretamente em gelo, quando a superfície está abaixo de 0 °C.
A água no ar: números curiosos
- Um metro cúbico de ar a 30 °C e 100% de umidade pode conter até 30 gramas de vapor de água.
- A quantidade total de vapor d’água na atmosfera é estimada em cerca de 12.900 km³ — suficiente para cobrir toda a Terra com 2,5 cm de água!
O clima dos desertos: extremos e ar muito seco

Os desertos representam os ambientes com a menor umidade do planeta. Com valores que frequentemente ficam abaixo de 10% de umidade relativa, o ar seco produz uma série de efeitos característicos:
- Amplitudes térmicas extremas: Sem vapor d’água para reter o calor, as temperaturas sobem muito de dia e despencam à noite.
- Rápida evaporação do suor, causando desidratação silenciosa no corpo humano.
- Ausência de nuvens, o que contribui para o céu limpo e escassez de chuvas.
- Dificuldade para cultivo agrícola, exigindo técnicas de irrigação intensiva.
Mesmo em desertos frios, como o da Patagônia ou da Mongólia, a baixa umidade desempenha papel essencial no clima hostil.
Por que entender a umidade é tão importante?
A umidade do ar afeta diretamente nossa saúde, conforto térmico, agricultura, previsão do tempo e até a operação de aeroportos. Conhecer seus efeitos e como medi-la é fundamental tanto para meteorologistas quanto para o cidadão comum.
Saber como o vapor d’água se comporta na atmosfera é compreender os bastidores da chuva, do calor, da geada e de tantos outros fenômenos que fazem parte do nosso dia a dia.
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